Estudo realizado pela BigData Corp, em parceria com o PayPal Brasil, revela que entre 2018 e 2019, o e-commerce brasileiro ampliou o número de lojas virtuais em 37,59%. O resultado é bastante superior a anos anteriores: 2016 (9,23%) e 2017 (12,5%). Atualmente, são cerca de 930 mil sites dedicados ao comércio eletrônico, que, em sua maioria (59,76%), adotam plataformas fechadas (e, em geral, gratuitas).
“O e-commerce passou dois anos com taxas de crescimento mais modestas. A crise fez com que muitas iniciativas fossem adiadas. O que vemos hoje, no entanto, é que tudo o que foi represado no passado desaguou com força entre 2018 e 2019. O e-commerce, mais uma vez, está sendo uma opção para quem quer empreender no País”, afirma Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigData Corp.
Para Thiago Chueiri, diretor de Desenvolvimento de Negócios do PayPal Brasil, a explosão no número de lojas online no País reflete a boa perspectiva do e- commerce e o perfil empreendedor do brasileiro mesmo frente a cenários econômicos não tão promissores. “É nesse momento que a escolha por ferramentas certas faz toda a diferença para o sucesso e o crescimento de um negócio. Por isso também assistimos ao crescimento das carteiras digitais como meios de pagamento dessas lojas virtuais”, destaca.
A pesquisa mostra, ainda, que se em uma ponta do e-commerce as lojas privilegiam soluções “for free” ou baratas, na outra extremidade, chama a atenção o fato de que, entre as empresas que compõem o universo pesquisado, 7,93% faturaram mais de R$ 100 milhões e registraram mais de 500 mil visitas mensais.
Outro sinal da maturidade do e-commerce, segundo apontou a pesquisa, diz respeito aos produtos oferecidos. As lojas on-line estão mais confiantes em ofertar itens mais caros: 25,96% dos itens expostos nas vitrines virtuais são de produtos com valor médio que ultrapassam R$ 100. Com isso, a categoria de produtos entre R$ 100 e R$ 500 cresceu cerca de 5 pontos percentuais, de 6,45% em 2018, para uma participação de 11,30%.
Veja, a seguir, outros highlights do estudo:
- O e-commerce praticamente triplicou sua participação no total de sites da web brasileira desde 2015. De lá para cá, saiu de uma fatia de meros 2,65% para os atuais 7,04%.
- Sites pequenos, com até 10 mil visitas mensais, hoje dominam a cena e, com a entrada de mais de 250 mil novas lojas online no último ano, aumentaram sua participação, de 82,48% para 88,77%.
- Os novos players do comércio eletrônico, em geral, estreiam com poucos produtos, o que puxou a média de número de produtos por site para baixo. Atualmente, 73,66% dos comércios eletrônicos no País apresentam apenas entre 1 e 10 produtos; no ano passado, esse segmento ostentava participaçãobastante inferior (57,99%) – queda de 15,67 pontos percentuais. No sentido inverso, caiu muito a participação dos sites que vendem 101 produtos ou mais. Ela era de 33,51% e hoje está em 13,92%, diferença de 19,59 pontos percentuais.
- Se, em 2018, mais de 80% dos comércios eletrônicos estavam associados a alguma mídia social, com a entrada de centenas de milhares de novos sites de venda nos últimos 12 meses, essa participação caiu para 65,02%.
- O Facebook minguou sua presença entre as lojas online de 71,02% para 54,24%; e o Twitter, de 43,87% para 33,18%. No sentido contrário, a surpresa foi o Pinterest, com 6,57% de participação.
- O tempo médio de vida de um e-commerce mais do que quintuplicou desde 2015: há quatro anos, as lojas online ficavam ativas por, em média, três meses (cerca de 94 dias); hoje, comércios eletrônicos no País duram, em média, 487 dias, ou pouco mais de um ano e quatro meses.
- Apesar dos grandes avanços registrados nos últimos anos, o e-commerce brasileiro deixa a desejar quando o assunto é acessibilidade. Em 2019, apenas 0,02% dos sites não apresentaram nenhum problema nesse sentido.
O estudo faz parte da série Perfil do E-Commerce Brasileiro, que desde 2014, monitora os principais movimentos e tendências do setor. As métricas apresentadas são extraídas do processo de captura de dados da internet da BigData Corp., em mais de 23 milhões de sites brasileiros.